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Na terra do Agro, famílias vão atrás de ossos

Dezenas de moradores de Cuiabá vêm fazendo fila em torno de um açougue, em um bairro da capital do agronegócio. Fato que já vem ocorrendo desde o ano passado, com cada vez mais pessoas atrás de ossos que iriam para o lixo, e que ganhou expressão nacional nos últimos dias. O motivo são as dificuldades financeiras, a pobreza extrema provocada pela alta do desemprego e pelas políticas de precarização da vida, que só beneficiam os ricos.

O estado do Mato Grosso é conhecido por ser uma potência do agronegócio. Mesmo na pandemia, com crise econômica, a agropecuária seguiu crescendo com exportações, injeção de dinheiro público e favorecida pelo dólar mais caro – elevando ainda mais o acúmulo de poder financeiro nas mãos de pequenas famílias que há décadas vem lucrando com o monopólio sobre as terras mato-grossenses.

Enquanto os latifundiários ficaram mais ricos, os de baixo estão ainda mais pobres. Estima-se que 130 mil mato-grossenses estejam na extrema pobreza, se virando como podem para conseguir o mínimo. A população tem convivido com a disparada dos preços do combustível, óleo, arroz, feijão e a carne – com várias famílias tendo dificuldades para comprar o gás de cozinha, recorrendo ao uso de lenha ou outras formas para cozinhar o que conseguem adquirir para a sobrevivência.

A miséria avança em todo o país, com desemprego chegando a 15%. Segundo a FGV, cerca de 27 milhões de pessoas estão abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de R$ 246 por mês. Com o custo de vida cada vez mais alto, milhões de famílias são empurradas para o desespero, com pais e mães passando fome para poder alimentar os filhos.

Esse episódio em Cuiabá deixa claro que o modelo do latifúndio agroexportador só favorece aos mais ricos, e não resulta em melhoria de condições para as classes oprimidas do Mato Grosso e de todo o país. É necessário impulsionar a luta pelo território, por um modelo econômico em que a terra não seja um negócio e esteja a serviço do povo trabalhador e dos povos originários.

Também é preciso fortalecer as lutas contra o aumento dos preços de itens básicos, por auxílio digno nesse momento emergencial, pela aceleração da vacinação e por empregos. Os atos pelo Fora Bolsonaro são importantes nesse sentido, mas devem estar aliados às pautas populares mais urgentes contra as políticas de governo que só aumentam a pobreza.

Por isso, nós militantes da CAB defendemos a necessidade da atuação militante cotidiana nos diversos setores, nas lutas agrárias, sindicais, estudantis, comunitárias, por reivindicações imediatas da classe trabalhadora, mas apontando para uma ruptura com esse sistema, na construção do Socialismo Libertário.

É no caminho do Poder Popular que vamos superar o Estado, o Capitalismo e toda forma de opressão!

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