Um inimigo visível: os patrões parasitas
Se o tremor que tem sacudido o Mercado Financeiro e abalado as bolsas de valores ao redor do mundo tem em grande parte origem nas disputas geopolíticas de sempre e no tensionamento que se faz dos preços do petróleo, também é dado pela instabilidade gerada pela pandemia do novo Coronavírus, o Covid-19.
Com o espalhar-se da doença, o Capitalismo tem tido suas fragilidades exposta por um inimigo invisível, o vírus que pode até ter portadores saudáveis e que tem levado os governos a adotar medidas de quarentena e restrição da circulação das pessoas. Em três meses a Humanidade e o planeta Terra parecem estar sob o terrível e imprevisto ataque deste inimigo.
A produção e circulação de mercadorias porém prossegue quase que em ritmo inabalado e já vemos os patrões e empresários pressionando para poderem se manter mesmo que isso signifique colocar em risco milhares de trabalhadores e trabalhadoras, como é o caso das entregas por aplicativo, as quais Felipe Ramos Fioravante, CEO e fundador do Ifood, cinicamente incentiva os entregadores a adotarem por conta própria algumas medidas de precaução para poder continuar trabalhando.
Muito especulou-se sobre a origem deste novo vírus, em especial sobre sua origem animal, com os grandes jornais e noticiários indicando morcegos e outros animais silvestres que teriam transmitido o vírus aos chineses a partir do consumo de sua carne. De fato, a possibilidade de uma origem animal até agora é a mais provável, porém deve-se buscá-la nas grandes criações difundidas por todo o planeta, promulgada pelo Agronegócio, um poderoso setor no Brasil que une latifundiários e empresários assassinos como Werner Baumann, CEO da Bayer, que não apenas não se importam em matar camponeses e indígenas, como veem há anos envenenando a população através dos agrotóxicos.
Os mercadores da fé, encabeçados por Edir Macedo e Silas Malafaia, demonstraram sua falta de preocupação pela saúde do povo ao negarem-se a interromper os cultos de suas igrejas, ousando até vender artefatos ‘ungidos’ para a proteção dos fiéis a altos preços, lucrando indiscriminadamente mais uma vez com o sofrimento e a insegurança.
Por fim, mas não por isso menos responsáveis está a classe política, que vem desmontando e sucateando o SUS, que pouco se importam pela saúde dos mais pobres e que hoje são obrigados a tomar medidas emergenciais ou ao menos pretender que as estão tomando.
Parece, portanto, que uma ameaça bem maior no momento é este inimigo visível, são os patrões-parasitas, inimigos declarados do povo e que irão arriscar nossas vidas para manter seus lucros e, eventualmente, utilizar o Coronavírus como cortina de fumaça para passar mais medidas de austeridade e incrementar o Estado policial de ajuste.
Enquanto o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anuncia fundos emergenciais escondendo que trata-se apenas de um adiantamento de dinheiro já dentro do orçamento anual, Bolsonaro declara-se contra a quarentena e que deve haver algum meio termo, revelando assim o interesse seu e dos patrões facínoras que por medo da recessão economica querem obrigar o povo a trabalhar para não sofrer mais perdas econômicas em suas receitas já bilionárias. A falta de um plano concreto não revela o despreparo do Ministro e do Governo, mas o fato de que a burguesia não se importa com o contágio e morte de milhares de trabalhadores e trabalhadoras!
Nenhuma demissão usando a infecção de Coronavírus como desculpa!
Congelamento dos preços de produtos de cesta básica apesar da crise econômica!
Punição dos capitalistas que expuserem trabalhadores ao risco do coronavirus, responsabilização das empresas e governantes pela estrutura produtiva que gerou a epidemia!