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Mil dias sem Marielle: Genocídio do povo negro, terrorismo de Estado!

Completaram-se mil dias do assassinato político de Marielle Franco e de Anderson Gomes, e além da impunidade e lentidão das autoridades em apontar os mandantes do crime, vemos como o genocídio do povo negro e o terrorismo de Estado seguem a todo vapor.

Na última sexta-feira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, as primas Emily Victória e Rebeca Beatriz foram mortas por “bala perdida” em uma abordagem da polícia militar na rua da casa onde moravam. As meninas tinham 4 e 7 anos de idade. Na zona leste de São Paulo, uma manifestação no sábado pedia justiça para Wenny Sabino, de 18 anos, executado por PMs na frente de dois adolescentes e duas crianças. Em São Félix, no Recôncavo Baiano, policiais assassinaram o barbeiro Davi Oliveira, de 23 anos, na madrugada de domingo, deixando uma viúva e uma criança orfã. Na véspera do 20 de novembro, em Porto Alegre, João Alberto Silveira Freitas era assassinado por seguranças do Carrefour. Também em Porto Alegre, nesta terça, dia 08, a promotora legal popular Jane Beatriz Silva Nunes, de 60 anos, morreu após abordagem da Brigada Militar do estado.

De norte a sul do País, crianças, jovens, adultas e adultos são assassinadas/os pelo Estado e pelo Capitalismo. Quase todas as vítimas são negras, evidenciando o racismo estrutural que permeia nossa sociedade, de forma brutal.

Nos solidarizamos às/aos parentes e amigas/os das vítimas do projeto genocida do País, e cerramos punho junto ao povo nas lutas por justiça e pelo fim desse sistema que nos quer exterminar. Resgatamos nota da CAB de 15 de março de 2018:

“Os assassinatos de Marielle e de Anderson representam uma ação orquestrada por um Estado Terrorista e Genocida, que não usa máscaras para dizimar o povo negro e para enviar um recado a todos e todas que se colocam contra o massacre desenfreado promovido nas periferias. Não é coincidência ou um erro da Política de Segurança Pública do Estado a morte da companheira em plena vigência da intervenção federal-militar. O avanço da repressão, através da medida, é que autoriza esse novo e profundo passo do terrorismo de estado. Trata-se de uma ação claramente bem arquitetada: nove tiros contra o veículo, um caso explícito de execução sumária de uma lutadora do povo. O Estado, o capitalismo brasileiro e suas instituições seguem funcionando, com seu perfil histórico de manutenção das desigualdades estruturais e de perpetuação direta ou indireta da barbárie.”

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