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GENOCÍDIO DO POVO NEGRO, BRUTALIDADE POLICIAL E TERRORISMO DE ESTADO

No último final de semana, diversos casos de violência policial tomaram as páginas dos noticiários: um entregador foi brutalmente jogado por um policial do alto de uma ponte em São Paulo; em Salvador, o adolescente Gabriel  Santos Costa, de 17 anos, estando rendido e deitado de bruços no chão, foi assassinado com diversos tiros; em Recife, um policial assassinou um motorista de aplicativo após uma discussão por não pagar uma corrida de R$ 7; e no mesmo final de semana, foram divulgadas imagens que comprovam o assassinato do jovem Gabriel Renan da Silva Soares no estacionamento do supermercado Oxxo em São Paulo, com tiros pelas costas. Tratam-se de ações brutais que ganharam algum destaque pelo fato de terem imagens e vídeos divulgados, tornando impossível de serem negados e justificados.

Longe de serem exceções, tais assassinatos exemplificam a regra das ações policiais contra a população negra e pobre do país. Não se tratam de políticas de um ou outro governo, mas sim de uma característica intrínseca aos sistema capitalista-estatista na promoção do genocídio do povo negro. Não é possível falar do terrorismo de estado sem levar em conta seu caráter racial – os números demonstram que a grande maioria das pessoas assassinadas pelas polícias são negras – e a instituição policial surge no Brasil justamente como uma ferramenta de Estado para controle e extermínio do povo negro.

 Seja numa gestão de viés mais bolsonarista, como a de Tarcísio em São Paulo ou mesmo no governo petista da Bahia, que governa o estado há 16 anos promovendo o aumento constante da brutalidade policial: o terrorismo de estado é a regra. Quando contrastamos o valor que os estados destinam para a chamada Segurança Pública em relação ao destinado para pastas como saúde e educação e para a promoção de políticas públicas, torna-se explícito qual a face do Estado que se apresenta as favelas e periferias do país. 

 O governo federal, que também tem atuado na derrubada de direitos da classe trabalhadora através do Arcabouço Fiscal – que ataca direitos como o BPC e o Bolsa família, tem proposto uma PEC da Segurança Pública que aposta em modelos repressivos falidos, sem qualquer tipo de debate com os e as de baixo e sem apontar qualquer mecanimso popular de controle das polícias.

 Como anarquistas, sabemos que a instituição policial, assim como sistema capitalista-estatista que a mantém, são impossíveis de serem reformadas. É fundamental darmos a devida centralidade a luta contra o genocídio do povo negro, o encarceramento em massa e a brutalidade policial em cada local de atuação – nos ambientes de trabalho e estudo, nos movimentos, nas ruas e vielas – e ouvindo e se somando na construção e luta histórica dos movimentos de resistência de vítimas e sobreviventes da violência na sua luta por justiça, memória e reparaçao.

 PELO FIM DE TODAS AS POLÍCIAS! PELO FIM DO GENOCÍDIO AO POVO PRETO E PERIFÉRICO!

 POVO FORTE CONTRA O ESTADO DA FOME E DA MORTE!

 Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)