Contra a fome, o desemprego e a vida cara e violenta para os pobres
Com mais de 200 dias de governo Bolsonaro, a situação do povo piora cada vez mais. Os ricos, os políticos e os jornalistas da grande mídia disseram que a aprovação da reforma da previdência ia tirar o país do buraco, fazer a economia crescer e melhorar a vida do povo. Mas a economia cresce mesmo é no bolso do patrão e na fatura do banqueiro.
A reforma da previdência é um ataque sobre o direito de aposentadoria das trabalhadoras e trabalhadores! É uma promessa para o mercado e não para os pobres. O que se chama de “mercado” é a briga de negócios dos capitalistas pra morder o filé e cortar na carne das classes oprimidas.
O projeto político do governo Bolsonaro e da sua corja de puxa sacos é de soltar os cachorros, tocar medo e acabar com os direitos duramente conquistados pelas classes oprimidas em uma vida de lutas e provações.
Um governo entreguista que deseja completar e aprofundar a entrega dos recursos naturais, como petróleo, minério e nossa água para as grandes economias capitalistas. Economias que desmatam criminosamente as florestas, que permitem todo o tipo de violência aos povos indígenas e que envenenam a comida, liberando produtos químicos extremamente danosos à saúde, para serem usados pelo agronegócio.
Um governo que quer vender as termoelétricas até 2020, o que causará o aumento da conta de luz para o trabalhador. Não podemos esquecer que o Brasil é um país de grande potencial energético natural, com vantajosas possibilidades de uso das energias renováveis como o sol, o vento e as marés.
Bolsonaro com seu ministro Paulo Guedes, vendeu oito refinarias da Petrobrás e o controle de distribuidoras da companhia. Também acabou como monopólio estatal do mercado de gás, o que causará na prática, aumento do preço do gás de cozinha e dos derivados do Petróleo. Praticamente tudo o que consumimos possuem derivados do petróleo. A gasolina e o diesel que já foram motivo de uma grande e poderosa greve de caminhoneiros e populares. O projeto de Bolsonaro é fazer o Brasil virar um quintal dos Estados Unidos.
Um governo que odeia os pobres e corta na carne do povo.
O desemprego no Governo Bolsonaro atingiu 12,1% da população. São mais de 13 milhões de pessoas desempregadas. Sem contar aqueles e aquelas que desistiram de procurar emprego e a quantidade enorme de trabalhadores(as) sobrevivendo de “bicos” e trabalho informal, o que aumenta essa massa pra quase 30 milhões.
Guedes e Bolsonaro aplicam uma política econômica ao gosto dos patrões: baixam o poder de compra do salário do(a) trabalhador(a), deixam o peão ferrado e sem garantias no emprego, destroem vagas de trabalho e limitam a distribuição de riqueza e renda.
Essas medidas também têm como objetivo disciplinar o(a) trabalhador(a), chantageando e desorganizando a luta coletiva, a solidariedade, causando medo e reprimindo as greves. Aliás, o governo miliciano de Bolsonaro tem na lei antiterrorismo, assinada por Dilma Roussef durante as manifestações de 2013, uma grande aliada na perseguição de militantes e movimentos sociais, que convenientemente serão enquadrados como movimentos terroristas. Quando na realidade o verdadeiro terrorismo no Brasil é o dos poderosos contra a saúde, a dignidade e a vida do povo preto e pobre desse país. A justiça no Brasil não é cega, é racista e serve aos poderosos.
Tecnicamente já estamos vivendo uma recessão, que é quando a economia encolhe. Tal política de terra arrasada, tem como objetivo destruir o salário do(a) trabalhador(a) e permitir aos empresários explorar mais, controlar mais, pagando menos. Sem falar nos perdões às dívidas de banqueiros e empresários, que somos obrigados(as) a engolir goela abaixo.
Esse governo nefasto, junto a parlamentares e empresários aprovou a reforma da previdência na Câmara dos deputados, destruindo o direito de aposentadoria no Brasil. Muitos(as) trabalharão até a morte sem se aposentar. E os(as) que estavam para se aposentar, terão de trabalhar muito mais. Os militares ficaram fora da reforma da previdência. Eles são um grupo privilegiado que faz parte do governo entreguista e anti povo de Bolsonaro.
O PT e o governo Dilma abriram a porteira da desgraça quando cortaram investimentos e mexeram nas regras dos direitos trabalhistas como o seguro desemprego da juventude. O golpe aumentou o grau do ajuste contra o povo. No governo Temer, a elite brasileira congelou os recursos para a educação, saúde e serviços públicos com a PEC 95/2016. Bolsonaro e seu governo vão mais longe, cortam mais fundo na educação, na saúde e nos serviços sociais com o objetivo de entregar parte desses serviços para seus amigos da iniciativa privada e do capital financeiro. Eles governam aos socos e pontapés para o aprofundar o caos nos serviços públicos e a pobreza, aumentando ainda mais a opressão que desgraça a vida de muita gente, destruindo sonhos e a esperança de uma vida digna para todos(as).
A vida do pobre fica mais cara e difícil. Com essa política, o governo fez com que tudo aumentasse de preço. Os legumes e cereais aumentaram 12% este ano, segundo dados do IPCA (índice que monitora a inflação no país). Para se ter idéia, o feijão aumentou de 15 a 40%! Se alimentar ficou muito mais caro, enquanto nosso salário, vale menos. O aluguel subiu quase 5% no ano e o transporte público aumentou 7% apenas este ano. Essa política é planejada, governa a crise fazendo o pobre pagar a conta da farra dos capitalistas.
O resultado da política neoliberal apoiada por movimentos como o MBL e também por líderes religiosos e astros da TV, são a fome, a miséria, a exploração e um país mais oprimido e sufocado. “Liberdade Econômica” é o privilégio do burguês de tirar o couro do peão. Na surdina, o governo aprovou mais um ataque (às) trabalhadoras e (aos) trabalhadores: a Medida Provisória 881, que recebe o apelido infeliz de “MP da Liberdade Econômica” é uma legalização do abuso do patrão sobre os seus empregados e empregadas.
É mais um buraco pra quem trabalha se afundar. Quando fica frouxo o trabalho e o registro de ponto aos domingos, só tem um lado que ganha.Toda trabalhadora e trabalhador sabe que essa vantagem não é nossa. Que o “extra” daquele domingo fodido de trabalho vai fazer falta se a empresa não pagar indenizado e que se não tem horas registradas o supervisor, o gerente ou o carrasco te controla como quer e joga tudo no banco de horas pra não pagar um extra.
Ao lado do aumento do custo de vida e da redução do povo a um(a) trabalhador(a) saqueado(a) de seus direitos, o Estado brasileiro radicaliza o processo de matança nas periferias e no campo. No presídio de Altamira no Pará 62 vidas foram brutalmente tiradas pelo “deixa que os pobres se matem”. O recente assassinato de 5 jovens negros e da menina Agatha de 8 anos no Rio de Janeiro, estimulados pela política genocida do governador Witzel escancara um projeto que está na base do governo Bolsonaro, baseado no elogio à tortura, ao extermínio, ao encarceramento em massa e nas milícias assassinas como poder associado.
A saída virá nas ruas, com luta popular e ação direta!
Frente a esse quadro de dor, de pobreza e repressão, a saída só virá das ruas, do povo organizado. Em poucos meses de governo, já tivemos uma terrível amostra do aprofundamento do Estado Policial de Ajuste. Queremos uma vida digna, comida na mesa, condições dignas de trabalho, saúde e educação públicas; não queremos ver nossa juventude ser exterminada pelo braço armado de um Estado racista e genocida.
Queremos riqueza distribuída e democracia direta pra decidir nosso destino. Para enfrentar esses ataques, a ação direta, a solidariedade e a organização serão as armas na luta contra o avanço da destruição de nossas vidas.
Esperar as próximas eleições? Não!!! Não temos tempo pra isso! Só o povo salva o povo! Hora de dar um basta nos eleitoreiros, de construir independência dos governos e dos patrões. Construir uma mobilização popular que seja decisiva pela sua explosão nas ruas, no trabalho, nas vilas , favelas e subúrbios. Que possa parar pela revolta popular o governo de ajuste e repressão, que não se reduz aos partidos eleitorais da democracia burguesa.
Frente a vida cara para os mais pobres e para a classe trabalhadora:
Frente ao genocídio do povo indígena e do povo negro:
Luta popular nas ruas pra derrotar os ataques e barrar a ação destruidora do governo Bolsonaro!
Fortalecer o sindicalismo combatente e de base, os movimentos sociais, a educação e a cultura popular!
Nenhum direito a menos! Que as riquezas sejam distribuídas ao povo! É isso que queremos, nem mais e nem menos!