NA LUTA PELA TARIFA ZERO EM SC! POR UM TRANSPORTE COLETIVO PÚBLICO E SOB CONTROLE DAS TRABALHADORAS!
Compilação de notas difundidas pelo Coletivo Anarquista Bandeira Negra entre Dezembro e Janeiro de 2025 sobre o tema da luta pelo transporte público em Santa Catarina!
Manifesto da Frente pelo Transporte Público Coletivo em Joinville
Mais uma vez, em Joinville, o ano inicia com aumento na tarifa do transporte coletivo público. A novidade deste ano é o espantoso índice de aumento: em 2025, ficou 13,6% mais caro andar de ônibus na nossa cidade.
Para comparação, a inflação em 2024 ficou em 4,9%. Nos anos anteriores, o reajuste da tarifa variou entre 3,5% e 4,9%. O que estamos amargando este ano, os 13,6% de aumento, é algo absolutamente injustificável.
A tarifa antecipada passou a custar R$ 6,25 e a embarcada, R$ 6,50. Se voltarmos 10 anos, esses valores eram R$ 3,25 e R$ 3,70, respectivamente.
O transporte público em Joinville tem ficado cada vez mais caro, e isso não reflete em melhoria na qualidade do serviço. Pelo contrário! No ano de 2017, eram 277 linhas disponíveis, enquanto que agora, em 2024, estavam em funcionamento apenas 200 linhas.
De 2000 para cá, reduziu-se pela metade o número de usuários do transporte coletivo na nossa cidade. E isso se dá porque o ônibus deixou de ser um meio atrativo de deslocamento. Em Joinville, ele é caro e ineficiente.
O resultado disso é uma cidade excludente. A tarifa abusiva é uma barreira para que parte da população possa ter acesso à cidade, aos serviços de saúde, educação, emprego e lazer.
Essa situação tem também um grande impacto na mobilidade urbana: a migração dos usuários do transporte coletivo para o uso de carros e motos potencializa os congestionamentos em nossa cidade. E o reflexo disso é o aumento na emissão de poluentes causados pela queima de combustível. A emergência climática está aí, com efeitos trágicos já vistos inclusive no Brasil, e não podemos ignorar que são necessárias mudanças radicais na forma como vivemos nossa cidade. Tornar o transporte público atrativo, algo que é defendido por especialistas há décadas, seria uma forma de mitigar os problemas de mobilidade e também os ambientais.
Em todo o Brasil, já são 118 cidades que resolveram dar um passo nesse sentido: implantaram a Tarifa Zero para o transporte público coletivo. Além de uma solução para tornar o ônibus atrativo para a população (as cidades com Tarifa Zero dobraram o número de passageiros), é uma medida para enfrentar os problemas de mobilidade e ambientais. Mas não só isso. A gratuidade no transporte público faz sobrar no bolso das famílias um dinheiro que pode ser usado no comércio local, fomentando a economia da cidade.
Balneário Camboriú, cidade conhecida internacionalmente pelos seus prédios gigantescos, adotou a Tarifa Zero já em 2023 e os resultados foram tão positivos que a medida, que funcionaria em forma de teste, se manteve e continua operando.
Em Santa Catarina, além de Balneário Camboriú, outras 7 cidades têm gratuidade no ônibus.
Nossa cidade tem uma janela de oportunidade para discutir a sério o sistema de transporte público coletivo. Está em andamento o processo licitatório para operação do sistema. Infelizmente, é um processo que já nasce problemático: a própria licitação proposta inclui uma suposta dívida que a prefeitura municipal teria com as empresas Gidion/Transtusa, no valor de R$ 232,3 milhões. A justificativa para a dívida é um acumulado de anos em que as empresas pediram aumentos de tarifa acima do que prefeitura apresentava. Por conta disso, qualquer empresa que queira disputar essa licitação terá que arcar, logo de início, com essa dívida.
Esse processo licitatório, há décadas esperado em Joinville, tem sido realizado sem um amplo debate com a sociedade. Isso precisa mudar. Entendemos que precisa ser interrompido e reiniciado de forma amplamente democrática, com audiências públicas em todas as regiões da cidade.
Pela revogação imediata do reajuste nas tarifas do transporte público coletivo em Joinville!
Pela interrupção do processo licitatório nas atuais diretrizes. Por um debate amplo e democrático sobre o sistema de transporte público coletivo em nossa cidade, com audiências regionais e participativas!
Pela implantação da Tarifa Zero!
Texto publicado em 07/01/2025.
Quando ir e vir custa caro, são as de baixo que perdem direitos basicos
Nota do Coletivo Anarquista Bandeira Negra contra o aumento da tarifa no transporte coletivo em Floripa e da tarifa intermunicipal em Santa Catarina.
Já nos primeiros dias de 2025, a vida de pessoas que dependem do transporte público em Floripa e no estado de Santa Catarina, em sua maioria trabalhadoras e estudantes, ficou ainda mais difícil.
Com um reajuste de 15% no valor, a tarifa na capital catarinense subiu de R$ 6,00 para R$ 6,90, o maior aumento entre as capitais brasileiras, superando até cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Este valor torna Floripa um exemplo extremo de encarecimento do transporte coletivo urbano, dificultando o acesso básico ao direito de ir e vir.
A situação não é menos grave nas tarifas intermunicipais. Um aumento de 12,54%, em vigor desde o dia 22 de dezembro, elevou os preços para trajetos na Grande Florianópolis, com passagens variando entre R$ 5,70 e R$ 10,47. Para muitas, o reajuste não foi comunicado de forma ampla e veio como uma surpresa amarga, agravando o impacto sobre quem já lida com dificuldades financeiras.
Esses aumentos em serviços que já apresentam problemas de qualidade e acessibilidade, reforçam as desigualdades sociais e retiram da população mais vulnerável a possibilidade de acessar a cidade, o trabalho e a educação. É inaceitável que políticas públicas não priorizem o transporte acessível e digno, essencial para a vida nos centros urbanos e para o exercício pleno do direito à cidade.
Para nós, isso não é surpresa, já que sabemos que os de cima, donos das empresas de ônibus e políticos profissionais, como o prefeito Topazio Neto e o governador Jorginho Mello, não estão preocupados com nada, além de aumentar o lucro garantido em seus bolsos, as custas das vidas das de baixo. As desculpas são as mais desonestas e o secretário de transportes e infraestrutura de Floripa, Rafael Hahne, não tem vergonha de dar entrevistas alegando que “o aumento do dólar e os reflexos da pandemia” fazem necessário aumentar o preço. Transporte não é mercadoria, é direito, é necessidade.
Nos posicionamos contra esses reajustes que tornam a vida mais cara, limitam o acesso aos espaços urbanos e violam o direito fundamental de ir e vir. Exigimos que alternativas sejam apresentadas para garantir um transporte público gratuito, de qualidade e justo para toda a população que vive nessas terras contestadas do sul.
Por uma vida sem catracas: tarifa zero já!
Revogação do aumento já!
Lutar, criar, poder popular!
Texto Publicado em 04/01/2025.
Ano Novo: Tarifa mais cara no transporte Coletivo em Joinville
Nós, do CABN (Coletivo Anarquista Bandeira Negra), integrantes da CAB (Coordenação Anarquista Brasileira), construímos movimentos sociais nas questões sindicais, territoriais/comunitárias e estudantis. Por meio das lutas populares, foi possível identificar a indignação e revolta das classes oprimidas com o aumento de 16,5% na tarifa do transporte coletivo, imposto pelo Prefeito/Empresário Adriano Bornschein Silva (NOVO).
A partir de 1º de janeiro de 2025, a tarifa do transporte coletivo de Joinville será de R$6,25 para a passagem antecipada e R$6,50 para a embarcada. A grande mídia local segue sua linha editorial, defendendo a Prefeitura e a classe dominante local. Basicamente, reproduz o material da Secretaria de Comunicação do Prefeito/Empresário, sem ouvir o contraditório, e menos ainda o acúmulo histórico dos movimentos sociais em torno do direito à cidade e da tarifa zero.
As empresas Gidion e Transtusa operam na ilegalidade há décadas. A licitação não contribuirá para a melhoria da mobilidade urbana da classe trabalhadora, como identificado pelo Observatório Urbano de Joinville. Pelo contrário, irá aprofundar o caos e beneficiar as duas famílias que exploram os nossos direitos de ir e vir.
Nas últimas cinco décadas, as lutas populares organizadas por associações de moradores, grêmios estudantis e pelo Movimento Passe Livre conquistaram vitórias parciais significativas, conforme indicam estudos de companheiros pesquisadores, como a ampliação de linhas e horários, e o artigo 6º da Constituição de 1988, que garante o direito social ao transporte.
Nossa leitura para garantir o direito social ao transporte coletivo:
- Criação de uma empresa pública de transporte coletivo, com controle de trabalhadoras e usuários;
- Criação de financiamento nacional para o transporte coletivo, retirando-o das mãos das empresas privadas e grandes fortunas;
- Implantação da tarifa zero.
Entendemos, no entanto, que essa é uma linha política macro para resolver uma demanda de luta coordenada, e é necessário buscar referências na história recente, como a conquista do SUS (Sistema Único de Saúde), onde o protagonismo dos bairros organizados foi fundamental.
Agora, na conjuntura imediata, é urgente que os movimentos sociais, sindicais, culturais, artísticos, estudantis e organizações políticas se unam em torno dos seguintes pontos:
- Revogação do aumento já!
- Tarifa zero já!
- 15 audiências públicas para debater o transporte coletivo nas regiões de Joinville!
Vamos abrir o diálogo com todas as pessoas para demonstrar nossa indignação com o Prefeito/Empresário Adriano Bornschein Silva (NOVO) e a máfia do transporte Gidion e Transtusa.
Lutar, Criar, Poder Popular!
Tarifa Zero Já!
Revogação do aumento Já!
Texto Publicado em 24/12/2024.