1º de JANEIRO É DIA DE LUTA!
Para começar esse 2024 que será de muita luta, organização e rebeldia, a CAB faz memória de duas revoltas importantes na América Latina que tem o 1º de Janeiro como marco: O Levante Zapatista de 1994 e a Vitória da Revolução Haitiana em 1804.
Conhecer os processos de luta dos povos é fundamental para motivar e reinventar as nossas próprias batalhas. A partir desses aprendizados, não apenas nos instrumentalizamos para os nossos combates como também ecoamos histórias que não costumam ser contadas adequadamente em nossas Escolas e Universidades.
LEVANTE ZAPATISTA DE 1994
No dia 1º de Janeiro de 1994, data em que o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) é assinado, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) inicia uma revolta armada em Chiapas, no México.
Em seu primeiro comunicado, o ELZN denuncia o caráter genocida do Estado mexicano e convoca o povo a lutar por “trabalho, terra, teto, alimentação, saúde, educação, independência, liberdade, democracia, justiça e paz”.
O Movimento Zapatista é construído por povos indígenas do México e reivindica o poder de se organizar sem as opressões impostas pelo Estado-Nação, colonial em sua essência, negando também a exploração do sistema capitalista, que visa aniquilar os modos de vida originários que resistem.
Desde 1º de Janeiro de 1994, as zapatistas enfrentam o estado mexicano, construindo territórios auto organizados e rebeldes, os “Caracóis“. Os Caracóis Zapatistas são símbolo da luta anticapitalista autônoma em todo o mundo, construindo um povo forte e rebelde, desde a baixo e à esquerda.
1804: VITÓRIA DA REVOLUÇÃO HAITIANA
O levante dos povos escravizados e subjugados pelo Estado Francês começou em 1791 no território até então chamado de São Domingos, e terminou vitorioso no dia 1º de janeiro de 1804.
A rebelião de milhares de negros e negras foi a primeira a conquistar a abolição e revolucionários como Toussaint L’Ouverture são lembrados até hoje por cumprir um papel organizativo essencial para o triunfo. Após duras batalhas pela liberdade e o fim da exploração brutal, os colonizadores foram derrotados.
Assim, a independência do país foi proclamada, acabando com a escravização no território e nomeando-o Haiti, nome usado pelos povos originários que habitavam a região antes de serem massacrados pela colonização.
O triunfo revolucionário aterrorizou os europeus. Mesmo depois da independência, os impérios colonialistas manti-veram embargos econômicos e continuaram tentando tomar o Haiti à força, sem sucesso. A Revolução Haitiana botou medo em cada senhor de engenho do continente e nutriu as lutas do povo preto por libertação e abolição da escravidão em toda a América Latina.
POR UM 2024 REBELDE!
Com a memória das lutas dos povos dessa terra que chamam de América, a CAB deseja um 2024 de luta e organização a cada coração rebelde.
Para que continuemos a buscar pelo socialismo e pela liberdade, que nos inspiremos a conhecer mais sobre os processos revolucionários que tanto nos ensinam e nutrem nosso combate em solo brasileiro.
Somente organizadas, desde a baixo e à esquerda, derrubaremos o capitalismo e construiremos um mundo onde caibam muitos mundos: socialista e libertário.